terça-feira, 29 de abril de 2014

Associação de ideias: cesteiras algarvias

Esta gravura de Mário Costa (1902-1975) trouxe-me à ideia uma boneca que representa esse ofício.
Sentada num banco, feito com um pedaço de tronco de árvore, a boneca feita em pano, foi-me oferecida há alguns anos por amigos que sabiam que eu a ia apreciar. Foi feita por Filipa Faísca, hoje octagenária que, na serra algarvia, em Querença perto de Loulé, reproduz figuras populares.
 
Iniciou a sua actividade em pequenina fazendo estas bonecas de pano que então se chamavam «bonecas de trapos». Os modelos recordam-nos profissões rurais locais caídas em desuso e os trajes são reproduzidos com rigor. Para acompanhar cada boneca a sua autora criou unas quadras que exemplificam a actividade.
Neste caso:
«Num pisador com geito
o esparto vou pisando,
faço baraço a preceito
e alguns tostões vou ganhando».


E desta maneira simples se vai conservando a memória de um povo.

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