quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A escova de louça LOLA ou a minha Lola preferida

  
Vou falar de um produto de que, ia dizer, me lembro desde sempre, mas pensando bem é apenas desde que comecei a lavar a louça.
Refiro-me à escova para lavar louça Lola, que seguramente os mais novos já não conhecem.

No entanto o nome da marca «Lola» ficou como sinónimo de escova de lavar a louça, tal como aconteceu com o Frigidaire para qualquer frigorífico (sobretudo na África portuguesa) ou a Gilette para as máquinas de barbear.
A história da Lola começou em 1930 na Alemanha Oriental mas no Ocidente a sua grande divulgação começou apenas em 1968 quando um vendedor tentou vender escovas de madeira fabricadas na Alemanha Oriental num loja chamada «Pottery of all Nations», em Nova Iorque. As primeiras dúzias que o proprietário adquiriu venderam-se rapidamente, o mesmo sucendendo com as seguintes, o que levou o proprietário a importá-las directamente da Alemanha Oriental. De notar que se estava em plena “guerra fria” e nada impediu este interessante negócio.

Logo no ano seguinte formava-se a «Lola Brush Corporation», pelas mãos de Larry Lewis e Jim Berger, que passaram a vendê-la nos Estados Unidos. A ele se juntaria um especialista em produtos domésticos Edward D. Spitaletta, passando a firma a designar-se «Lola Products Corporation» e posteriormente «Lola Products». Na década de 1970 esta empresa com uma gama de produtos úteis e fáceis de utilizar na higiene doméstica tornou-se no líder de mercado neste campo.
Após 2001 a empresa ficou apenas nas mãos de Ed Spitaletta, que introduziu novos produtos adaptados aos tempos actuais, mas onde permanece inalterável a escova para a loiça Lola. Como dizia o meu amigo alemão Helmut, a quem pedi ajuda para eventuais traduções: «Não se muda um produto que está optimisado».
A empresa "ebf" - Bürsten und Besen oHG, uma fábrica alemã fundada em 1886, ainda produz Lolas, mas sob licença,com outro nome, pois a utilização do nome Lola é interdita.

Em Portugal não sei dizer quando começou a ser comercializada, mas sei que desde que a descobri achei impensável lavar a louça com as mãos e uma esponja ou um pano.
Um dia dei comigo a só encontrar Lolas em plástico. Não tive outra opção senão comprá-las porque deixei de encontrar as verdadeiras. Ainda hoje quando vejo pequenas lojas de venda de produtos para casa, em especial na província, entro e pergunto se têm Lolas. Os mais novos abrem os olhos e tenho de explicar. As pessoas mais velhas informam-me que nunca mais apareceram.
No entanto surgiram substitutos em madeira. Na internet podem encontrar-se cópias perfeitas, sem marca, com a designação de que se trata de escovas feitas com madeira de faia, fio de aço inoxidável e fibra de tampico, sendo o design 100% sueco. É por isto que o registo de patentes é importante!.
Presentemente o mercado de design doméstico produziu variantes interessantissimas de Lolas, sobre as quais se justifica um outro poste, mas entretanto deixo um aperitivo.

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