sexta-feira, 30 de março de 2012

Mais um pouco de Chá-Licungo

Regresso ao tema do Chá Li-Cungo, para prazer dos saudosistas. A lembrança foi despoletada por este cartaz publicitário lindíssimo. Está identificado como tendo sido feito em Lisboa na «Lito Amorim», em 8 de Julho de 1938. Esta tipografia teve grande actividade dos anos de 1930 a 1960 sendo responsável pela impressão e presumivelmente pela criação de material destinado ao Turismo. Estava ainda activa em 1985.

O cartaz, de grande qualidade estética, mostra-nos um criado preto com um «fez» ou chapéu turco na cabeça e um tabuleiro em que repousam uma chávena e um bule onde se pode ler «Chá Li-Cungo».
Nesta imagem está representado um modelo de bule, menos frequente do que os que reproduzi no poste anterior sobre este tema. Trata-se de uma peça saída igualmente da Fábrica de Louças de Sacavém, do período Gilman & Cia, como se pode ver na sua base.

Na parte inferior do cartaz mostram-se vários modelos de caixas de chá, os mais frequentes em cartão, como apresentei anteriormente, e uma caixa em folha-de-flandres azul, onde se identifica a sua proveniência: «Companhia da Zambézia - Gurué - Moçambique», remetendo-nos para a extensa região de plantação de chá no centro daquele país.
Também a representação desta embalagem nos ficou na memória. Um exemplar bem conservado é aqui apresentado e serve para recordar os mais esquecidos ou aqueles que não tiveram a sorte de o conhecer.

segunda-feira, 26 de março de 2012

O Licor de Singeverga

Falo hoje do único licor monástico português: o «Licor de Singeverga», que toma o nome do próprio mosteiro beneditino.
Tal como veio a acontecer noutras ordens monásticas a regra de S. Bento estabelecia que o convento devia ser autónomo. Dentro da cerca e junto à zona das cozinha existia a viridaria. Uma das áreas estava reservada à plantação da ervas aromáticas usadas não só na alimentação mas também na botica, enquanto que no horto eram cultivadas as verduras para a alimentação e no pomar os frutos.
Antiga casa dos donatários
A Regra de S. Bento começou a ser difundida em Portugal no século XI pelos cluniacenses e assenta em dois pilares fundamentais: Ora et Labora (reza e trabalha). Sob estes princípios a comunidade empenha-se na prática do culto religioso, mas também numa actividade que lhes permita uma economia sustentada.

A reforma monástica iniciada pelo rei D. Sebastião e levada a cabo pelo Cardeal D. Henrique levou à criação das “Congregação dos Monges Negros de S. Bento dos Reinos de Portugal”. Tendo como casa mãe o Mosteiro de Tibães, daí disseminaram muitos mosteiros beneditinos.

Hoje o único mosteiro beneditino masculino em Portugal é o de Singeverga. Tem uma história curta. Foi fundado em 1892 na freguesia de Roriz (Santo Tirso), após a restauração da vida beneditina, na sequência da extinção das Ordens Religiosas, em 1834.
Edifício antigo do mosteiro junto ao qual se situa a fábrica de licores
O seu local de acolhimento foi a quinta de Singeverga, pertença da família Gouveia Azevedo que a doaram à Ordem Beneditina. Mas apenas em 1931 a comunidade se instalou nesse local. Esta prosperou e em 1955 foi construído um novo edifício, hoje grande demais para as necessidades e vocações.
Quem melhor que os frades, que tinham acesso à ervas e ao processo da destilação, para serem os iniciadores da produção de licores. No início os xaropes, as infusões e as decoções eram usadas para produzir medicamentos. O seu mau gosto levou adição do mel, substituído mais tarde pelo açúcar.
O «labora» desta ordem de que falamos passa pela produção de um licor ainda mal conhecido, o único licor de origem monástica produzido em Portugal. Esta especificidade justificava uma vista. Falei com o padre Albino Sampaio Nogueira, encarregue da produção e comercialização desta bebida. Foi em 1945 que começou a sua produção, graças à acção de um amigo do mosteiro, o engenheiro químico de nome Botelho.
Os garrafões de infusão
Os licores estão sempre envoltos em mistérios e nunca nos explicam como são feitos, mas o padre Albino explica-nos com simplicidade o moroso processo. Assim explicado até parece fácil. Começa com a maceração das especiarias em álcool etílico a 95º, onde ficam quatro dias, com agitação regular manual. É aqui que entra o açafrão, a canela em pau, a noz-moscada, o cravinho, o cálamo aromático, raiz angélica, a baunilha em vagem, etc.
Local de destilação
É feita depois a destilação da água e a do álcool a que se junta depois um xarope feito com água, açúcar e ácido cítrico de modo a descer a graduação alcoólica. No final adicionam-lhe caramelo e chá preto para dar cor ao licor e acertar o teor alcóolico que no final se situa nos 30º.
Passa depois o licor para barricas de carvalho onde estagia pelo menos durante um ano. O licor é depois filtrado e engarrafado manualmente, tal como  os rótulos e as garrafas são embaladas. E lá vão elas, em três tamanhos, para as grandes superfícies.
Esta produção, tal como a venda de leite produzido pelas simpáticas vacas que pastam nos terrenos circundantes são a fonte de rendimento desta ordem.
Não têm publicidade a não ser a de quem experimenta os seus licores.
Tal como aconteceu com uma loja do Porto, que depois de eu ter feito várias perguntas e fotos me perguntou quanto tinha de pagar pela publicidade, eu respondi: «Nada. A minha publicidade é de graça». Aqui eu posso acrescentar que nestes casos: «O gosto em fazê-la é todo meu».

quarta-feira, 21 de março de 2012

O Nitrophoska visto por César Abbott

Foi esta saudável camponesa ostentando orgulhosamente numa das mãos um pé de batateiro que me fez adquirir estas gravuras.
Tinham um ar “Estado Novo”, que me agrada particularmente, com características regionais.
As folhas, infelizmente, estão cortadas não me permitindo saber se pertenceram a um calendário ou a um cartaz publicitário. Olhando com atenção, descobri num dos cantos a palavra «Nitrophoska» e no outro uma assinatura que inicialmente era ilegível.
Era uma publicidade feita a um fertilizante distribuído em Portugal, destinado à agricultura e com acção em vários campos, desde a cultura das batatas à da vinha, como as gravuras documentam.
O Nitrophoska é uma marca registada com patente alemã datada de 1926. O seu nome deriva dos três mais importantes nutrientes das plantas: o nitrogénio (azoto), o fosfato e o potássio ("Kalium" em alemão). Este novo fertilizante, muito mais eficaz que os anteriores, começou a ser produzido pela empresa alemã BASF em 1927. Esta empresa foi absorvida pela IG Farben, que já tinha adquirido a Hoecht e a Bayer e posteriormente foi-o pela Compto Internacional, que ainda hoje comercializa este produto.
Na altura a sua produção teve em vista a recuperação da agricultura alemã após as destruições das culturas na primeira guerra mundial.
Em Portugal e como resultado da Campanha do Trigo, iniciada em 1929, foi incentivado o cultivo do trigo e o aproveitamento de áreas não cultivadas e das vinhas. Desta campanha faziam parte os ensinamentos de técnicas de uso dos adubos aos agricultores. O adubo mais utilizado era o Nitrophoska, importado, até que a CUF, no início dos anos 50, começou a produção nacional de adubos azotados (em Ricardo Ferreira, O Grupo CUF) .
Numa das gravuras, no reverso, está um carimbo com a data de 1955, o que significa que este adubo, apesar da já existente produção nacional se mantinha no mercado.
O desenho destas imagens foi feito por César Abbott, sobre o qual há pouca informação. Sabe-se que nasceu em 1910 e que ainda se mantinha activo em 1973, por existir um quadro assinado e com esta data. Provavelmente é natural do Porto e tem nesta cidade uma rua com o seu nome. Para além de pintor, desenhou postais com motivos regionais e teve grande actividade como desenhador de livros infantis.
Colaborou com a Majora e foi o autor dos desenhos da «Coleção Formiguinha», para além de muitos outros números dispersos realizados igualmente para a Majora.
Descubro agora que César Abbot fez parte da minha infância. As capas dos livros aqui apresentadas, seleccionadas por se incluírem na temática deste blog, provam-no.

domingo, 18 de março de 2012

Comidas do Punjab em Vilamoura


A comida indiana é uma das minhas preferidas. Antigamente era mais fácil encontrar um bom restaurante indiano em Lisboa. Eu sei que agora há mais restaurantes mas, nos últimos tempos, não me lembro de ter saído de um completamente satisfeita.

Quando este fim de semana tive que ir a Vilamoura, numa visita rápida, para participar numa reunião confesso que seria o último tipo de restaurante onde esperava comer.

Depois de uma aventura por terras algarvias, após me ter perdido, quando não descobri mais nenhuma placa indicativa depois da saída da Via do Infante, uma hora depois e após ter passado 4 vezes (quatro!) pelas célebres portagens da A22 cheguei ao destino. (Se eu cobrasse portagens também não punha placas).

A reunião era depois de almoço e tive tempo para dar um pequeno passeio ao longo da marina e ir vendo os restaurantes. Há de tudo desde o restaurante do Figo e do China que ocupa metade de uma das margens, até comida chinesa, pizzas, comida para americanos como hamburguers e outros menos característicos. Até havia restaurantes que serviam peixe, mas quando vi a emente do restaurante indiano pensei que só podia ser bom.
Com uma ementa enorme que inclui pratos goeses, pratos do norte da Índia, do Punjab, de onde são naturais e outros que eu nem conhecia, a escolha não foi fácil. De qualquer modo, e jogando pelo seguro, escolhemos umas chamuças que vieram acompanhadas de raita e de um molho de tamarindo. A sua qualidade justificou uma repetição. Veio depois um caril de Madras de gambas e um chacuti de frango, com arroz e pão nan.
Após as chamuças eu já salivava e esperava ansiosamente pelos pratos que estavam deliciosos.
Tão bons que me esqueci de fotografar. Quando me lembrei já não existia quase nada.

Estava compensada do tempo perdido, mas receosa por este repasto pré-conferência. É que eu era uma das oradoras. A reunião correu muito bem.

quarta-feira, 14 de março de 2012

A carne líquida do Dr. Valdés Garcia


Começo por dizer que comprei a revista onde vinha este anúncio pelo fascínio que este me causou.
A revista intitula-se «Mundo Gráfico», é de 1916, e  tem na capa o anúncio ao sabão Heno de Pravia  com um original de Ricardo Gracia que, presume-se, ganhou o concurso de cartazes de «Heno de Pravia» que teve lugar em Barcelona.

Na contracapa e, ocupando mais de metade desta, encontra-se esta publicidade.

Os reforços alimentares são um tema que me agrada e falei já sobre o Bovril e o Phosphatine, entre outros.
O autor deste produto chamava-se Ramon Valdés Garcia, nasceu em 1884 no Uruguai, onde chegou a ministrar uma aula de Homeopatia na Universidade da República, em 1882 . Durou apenas quatro anos, segundo dizem os seus seguidores por perseguição da medicina clássica.

Este produto era exportado para vários países da América latina e da Europa, como Espanha e Portugal. Era vendido nas farmácias e extensamente publicitado na imprensa. Para além da publicidade clássica era acompanhado nos jornais por declarações de médicos, de várias nacionalidades, que atestavam as suas qualidades benéficas.

Esta “Carne Líquida” do Dr. Valdés Garcia era sobretudo promovida como um tónico nutritivo em que existia «mais de 19% de verdadeira peptona de carne, com o certificado correspondente e a opinião de outros colegas» (1908).
Nalguns anúncios afirmava-se mesmo que dar a uma criança 2 colheres deste fármaco, era o mesmo que dar meio kilo de carne, com a vantagem de ser mais facilmente digerida do que o leite. Isto mesmo era repetido numa “notícia” publicada num jornal português, «Resistência. Órgão do Partido Republicano Português de Coimbra» de 19/3/1908.

Desconhecia esta «Carne Líquida» que, temos que concordar, é uma maneira engenhosa de apresentar este tónico. E resultou. O tónico teve imenso sucesso na época e ainda hoje é referido como uma publicidade enganosa que não seria aceite nos nosso dias. E daí até nem sei. Não há agora no mercado um produto que diz que «aspira as gorduras»? 

sábado, 10 de março de 2012

Annie em Portugal ou a Última Aventura de Annie

Comprei na Feira da Ladra esta figurinha da Annie. A princípio fiquei um pouco indecisa porque datava de 1982 e achei-a muito nova mas, vendo bem, tem já trinta anos.
O que me agradou foi a representação da menina a esfregar o chão, uma imagem que associamos sempre a uma vida de trabalho, pouco apropriado para essa idade. Fez-me lembrar a história da Cinderela maltratada pela sua madrasta.
Hoje já ninguém esfrega o chão, o que torna a sua representação mais significativa. Tenho na minha memória um quadro de um pintor português, de que não consigo recordar o nome, que representava uma mulher a esfregar o chão. Estava numa colecção particular e impressionou-me pela sua qualidade. A imagem robusta da mulher ajoelhada, com o sabão amarelo ao lado e o soalho resplandecente em primeiro plano, numa imagem típica do Estado Novo, de exaltação do trabalho, ficou para sempre no meu pensamento.
Esta Annie é a versão americana de uma rapariga órfã que passa por várias aventuras, havendo mesmo quem a relacione com as histórias de Charles Dickens.

Se bem que a «Annie» mais conhecida foi a que apreceu no filme de 1982, produzido por John Huston, e seu único filme musical, era já uma adaptação de um outro musical com o mesmo nome, estreado em 1977. Este por sua vez baseava-se nas histórias de banda desenhada intitulada «A pequena Orfã Annie», que teve início em 1924. Se quizermos ir mais longe ainda, temos que dizer que o nome foi baseado num poema de 1885, "Little Orphant Annie", de James Whitcomb Riley.
De todas estas “Annies” no entanto a que nos interessa é a da banda desenhada criada por Harold Gray (1894–1968)  que começou a ser publicada 15 de Agosto de 1924 no jornal nova iorquino Daily News.
As aventuras da Annie, de olhos redondos, cabelo cenoura encaracolado e vestido encarnado de gola branca, acompanhada pelo cão Sandy fez grande sucesso na América da Depressão. Um terceiro elemento, o seu benfeitor Oliver Warbucks, serviu como um exemplo na América no seu pior período. Talvez porque os povos nos períodos difíceis de guerra e de dificuldades económicas precisem mais de se divertir, este trio, e consequentemente o seu criador, foram um caso de sucesso nos anos 30-40. Para além da publicação em vários jornais saíram imensos livros de que mostro alguns exemplos.
Com a facilidade que os americanos têm de criar heróis, adicionaram ao herói de então, o «Superhomem», esta gentil menina. Associada a ela existe toda uma memorabilia que passa por canecas, copos, pratos, etc.
No dia 13 de Maio de 2010 o jornal noticiava que no dia seguinte a Annie já não apareceria. Novos heróis, agora vindos do mundo dos computadores, tinham vencido esta heroína, após 86 anos de aventuras.
Pelos vistos ainda anda por aí.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Um açucareiro português dos anos 50

A primeira vez que olhei para este açucareiro pareceu-me ver um objecto que, de algum modo, me era familiar.
Quem olhar para ele pensa imediatamente que deve ser inglês ou americano, uma vez que foram os que mais utilizaram este modo de servir açúcar.

Rebusquei na minha memória e lembro-me de ter utilizado este tipo de açucareiro. Cheguei mesmo a ter um mais pequeno, igualmente em vidro, em que da tampa em metal saía um pequeno tubo biselado. Invertia-se o objecto e o açúcar saía livremente. Era preciso muita experiência para acertar na quantidade de açúcar e ao fim de pouco tempo desisti de usar esta estrangeirice.
Fiquei portanto surpreendida quando relacionei o objecto aqui apresentado com a imagem de um açucareiro feito por António Augusto Pedro. Este português, industrial, residente em Lisboa na Avenida D. Rodrigo da Cunha, Lote 4- 1º B Dtº requereu no dia 24 de Abril de 1954, o registo deste modelo industrial de açucareiro.
Este açucareiro era portanto português. O frasco em vidro tem seis faces, com estrias verticais e horizontais, que permitem mais facilmente segurá-lo. A base é circular e tem em relevo, a identificá-lo, as marcas AP que, presumo, correspondem a António Pedro. Desconheço em que fábrica era executado o mesmo ou se era produzido pelo próprio. Tratar-se-ia de um objecto destinado a exportação? Perguntas para as quais é difícil encontrar resposta.

Não há dúvida que pouco foram usados em Portugal. O seu uso teve como princípio noções de higiene. Tratava-se de uma embalagem fechada e portanto sem possibilidade de ter aceso fácil ao açúcar, pelo que foi usado sobretudo em restaurantes. No caso presente,  as suas grandes dimensões (17 cm de altura) adequam-no mais a esse destino.
A legislação que proibiu a dispensa de açúcar a granel nos estabelecimentos alimentares, substituindo os diferentes tipos de açucareiros por pacotes individuais de açúcar, pôs fim a estas invenções. 

domingo, 4 de março de 2012

Um tratado de destilação do século XVI

Nas minhas pesquisas procurei sempre concentrar-me na parte das «comidas», esquecendo as bebidas, de uma forma deliberada.
Tenho tendência e dispersar-me e a interessar-me por demasiadas coisas. Por isso mesmo decidi há anos que não ia comprar livros sobre bebidas, mas apenas os que se referiam aos alimentos, às receitas, aos objectos, à etiqueta, etc. Enfim já eram coisas demais e pareceu-me mais fácil pôr de lado o campo das bebidas.
Por razões que não vou agora referir estou a fazer uma investigação nesse campo. Percebi de repente que, afinal, ao fim de todos estes anos tinha que dar o dito por não dito. É por essa razão que me apetece falar sobre alambiques e destilação.
A destilação, aplicada às bebidas, porque pode ser usada para outros produtos, é um processo pelo qual o álcool, que resultou da fermentação, é sujeito a um processo físico, que o permite separar da água.
De um modo geral pode dizer-se que, através, do calor, é possível separar-se a parte volátil dos elementos fixos. Deste modo, e aplicado ao vinho, intensifica-se o valor alcoólico do produto transformado. Para tal é utilizado um instrumento: o alambique. Esse objecto misterioso, introduzido na península ibérica pelos árabes, apesar de não terem sido os seus inventores, fez-nos herdar as palavras «álcool» e «alambique», para além do uso do mesmo.
O alambique foi usado pelos alquimistas na sua busca da pedra filosofal e do elixir da juventude, mas foi também usado por médicos para fabricar medicamentos. Muitos dos licores iniciais foram usados como terapêutica.
Descobri, com surpresa, que o número de livros publicados ao longo dos tempos dedicados apenas à destilação é elevado.
Num deles, de cariz médico, e não interpretável pela linguagem, tem no entanto imagens tão belas que decidi mostrá-lo. Foi escrito por um médico alemão Jerónimo Brünschwig (ca. 1450 – ca. 1512) e intitula-se «Liber de arte distillandi simplicia et composita » ou, em alemão, «Das Buch der waren Kunst zü distillieren die Composita und Simplicia», e foi publicado em Estrasburgo em 1512. Utilizando a destilação ensina a fazer, a partir de plantas, destilados terapêuticos e bálsamos, bem com a aqua vitae.
Pode ser consultado, em versão digital, na National Library of Medicine. Não percam.